Ferreiros de TendaisFerreiros confina com Oliveira do Douro e Ramires, a norte; com Ovadas e Gralheira, a ocidente; com Tendais, a sul; e com o Rio Bestança, a oriente.

Primitivamente, Ferreiros não era mais que uma localidade da freguesia de Tendais, como indica o topónimo. O primeiro elemento (Ferreiros), por sua vez, sublinha uma atividade caraterística e antiga, aqui existente desde os tempos dos Romanos, que era a exploração e transformação do ferro - da mesma encontramos eco no topónimo “Campo da Ferraria”, no lugar de Chão Essa arte teve muita importância, até dar o nome à paróquia de “8. Pedro de Ferreiros “. Ligados a esta exploração e transformação do ferro, encontramos inúmeros artífices, que prolongaram a sua atividade até ao Século XV1II (após o que a mesma entrará em gradual decadência).

Terra acidentada, entre montes e vales, a freguesia de Ferreiros é limitada a poente pele linha do Bestança. Sobre o morro, sobranceiro a antiga Vila de Ruivais, levanta-se o Castro conhecido pelo “Monte das Coroas”. No sopé deste monte está o Castro de Cio.

Ferreiros foi elevada a concelho pelo foral de D. Sancho l, em 1210, que viria a ser confirmado a 4 de maio de 1258, com a concessão de especiais privilégios visando o repovoamento e desenvolvimento agrícola da área.

As regalias foram:

  1. Eleição do mordomo para recolher os foros e entregá-los na corte;
  2. Dispensa de prestar serviço militar (isto num œnário de Reconquista), exceto se integrando a companhia do Rei, como frequentemente aconteça com os exércitos concelhios;
  3. Isenção de responder perante os juízes de fora, exceto por crimes de homicídio, rapto ou “esterco de boca” (difamação);
  4. O concelho gozava ainda do estatuto de reguengo (terra d’El Rei), que o privilegiava com a possibilidade de continuar sempre sujeito à coroa e nunca a donatários (ou seja, propriedade de um qualquer Senhor feudal, da nobreza ou clero), o que nem sempre foi cumprido, como era habitual, e não deixaria de ser realçado nas inúmeras inquirições que os Reis desencadeariam, posteriormente, para averiguar as propriedades das Ordens privilegiadas, e qual a proveniência dos direitos que estas sobre elas invocavam.
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